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quinta-feira, 12 de dezembro de 2013

Madiba e o feminismo


Nelson Mandela. † 05.12.2013

O que nem todos sabem é que ele não só lutou contra a opressão aos negros africanos, mas teve uma significativa participação também na luta dos direitos das mulheres. Mandela foi um líder monumental da África do Sul na luta contra o apartheid. Foi preso político durante décadas, mas contudo, culminou em um final triunfante para seu exílio, quando foi eleito pelo povo como presidente da África do Sul, em 1994.

Porém, observando o discurso de abertura de seu mandato, percebemos o quanto ele é um visionário (e digo isso no presente mesmo). Ele disse que as mulheres deveriam ser igualadas aos homens em direitos. Embora isso esteja no papel aqui no Brasil e em muitos países, o que se faz ainda é insuficiente para que este discurso se torne um fato. Na África do Sul, ao contrário, apenas dois anos após a eleição de Mandela o aborto foi despenalizado. Mandela cumpriu o que prometeu. Os direitos das mulheres não ficaram só no papel, ele teve coragem e fez o que era melhor para toda a população do país e não se tornou refém de nenhum grupo político.

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Trecho do discurso na abertura do primeiro parlamento eleito democraticamente na África do Sul em 24 de maio de 1994, Nelson Mandela afirmou, sobre a situação das mulheres:

"Questão igualmente importante é a emancipação das mulheres do nosso país. É de vital importância que todas as estruturas de governo, incluindo o próprio presidente, devem compreender plenamente que a liberdade não pode ser alcançada a não ser que as mulheres tenham se libertado de todas as formas de opressão. Todos nós temos que entender que os objetivos do Programa de Reconstrução e Desenvolvimento não terão sido realizados a não ser que nós enxerguemos, em termos visíveis e práticos, que a condição das mulheres do nosso país mudou radicalmente para melhor e que elas foram empoderadas para intervir em todos os aspectos da vida de igual para igual com qualquer outro membro da sociedade.
Além da criação da Comissão de Gênero legal previsto na Constituição, o Governo irá, em conjunto com os representantes das próprias mulheres, criar órgãos no governo para garantir que todos os níveis do setor público, de alto a baixo, integrem a emancipação das mulheres como questão central em seus programas e atividades diárias."

De fato, sob a sua presidência, a África do Sul assinou e ratificou, na década de 90, o CEDAW (Committee on the Elimination of Discrimination against Women - Comitê para Eliminação da Discriminação Contra a Mulher).

O seu legado tem continuidade com a organização internacional denominada The Elders, que debate soluções para problemas mundiais, como: clima, pandemias, conflitos e igualdade de gênero entre homens e mulheres.


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