Estou acompanhando uma série da HBO, chamada Master of Sex. Essa é uma adaptação do livro não ficcional, que conta a história de uma pesquisa sobre o comportamento sexual do ser humano, que cientistas realizaram nos anos de 1950.
Em um episódio, uma mulher já tinha um menino e estava grávida. O menino é agitado, como todo menino. E derruba um objeto do consultório do médico. O médico o surpreende, mas não briga. O menino estranha e diz porque ele agiu assim, porque o pai dele o xingaria e gritaria (ele imita o pai). Logo, após o médico visita sua paciente que o pede para desligar as trompas, e o protagonista, dr William Masters, adverte que para fazer tal procedimento ela necessitaria da autorização do marido e ainda assim ela implora, que o faça durante o parto.
No dia da cirurgia, o marido e o filho a acompanham. O marido dá uma amostra de como é a rotina diária daquela mulher, com sua brutalidade. Quando fica a sós com ela, pergunta porque ela queria fazer aquele procedimento e ela admite que pensa diariamente em largar o marido, mas que ela é pobre para fazer isso com mais filhos, com dois filhos ela ainda teria uma chance.
E por fim, o doutor faz o parto, mas sugere que estava havendo uma complicação. O enfermeiro questiona, diz que não vê e ele diz que ele vê e pronto, acaba desligando as trompas da mulher, que fica agradecida quando recebe a notícia que o problema havia sido resolvido. Não tem como comover e não pensar que isso era a realidade de tantas mulheres que tinham a obrigação de procriar e não haviam leis ou instituições que as protegessem, inclusive nem as próprias famílias.